Estou dando inicio a uma série de publicações sobre este tema, a primeira é do Dr. Gutemberg. É um assunto de extrema gravidade, essa pesquisa recente traz números assustadores:
A Organização Mundial de Saúde considera o alcoolismo como a doença que mais mata no mundo. O alcoolismo é uma doença crônica e se caracteriza pela necessidade incontrolável da ingestão de álcool contido em vários tipos de bebidas tais como vinho, cerveja, a tradicional pinga (cachaça), o destacado representante escocês uísque entre outras formas de apresentação deste vilão.
O uso da bebida alcoólica em geral tem início na adolescência. O jovem cria um hábito de beber e, até que seja motivo de preocupação, é apenas considerada uma atitude normal do jovem, socialmente falando. Até que em certo momento o usuário não consegue mais parar de consumir o álcool. Na ausência do produto sofre crise de abstinência, um mal estar que o limita, totalmente, de ter alegria e impulso incontrolável de se manter sob os poderes dos efeitos do álcool.
As causas do alcoolismo podem estar ligadas à hereditariedade, onde filhos de alcoólatras podem se tornar dependentes de álcool com mais facilidade. Fatores psicológicos, como a auto-estima negativa, problemas financeiros, depressão e timidez, também podem dar início ao vício de consumir bebidas alcoólicas. Alguns fatores sociais com destaque para a facilidade de acesso a este tipo de bebida, o estilo de vida estressante e o incentivo do consumo pelos meios de comunicação, contribuem para esta doença.
O alcoolismo tem como conseqüências a perda da capacidade de julgamento, afecção na coordenação motora, prejuízo da memória, presença de tremores, confusão mental, impotência sexual, interrupção dos ciclos menstruais, alterações neurológicas, cardiológicas, inflamação do pâncreas (pancreatite), doenças hepáticas (cirrose hepática, hepatite alcoólica), entre outros prejuízos físicos e psíquicos. Convém ressaltar que na gravidez a síndrome alcoólica fetal pode causar sérios problemas ao desenvolvimento do feto.
Pode-se dizer que uma pessoa é considerada dependente do álcool quando bebe diariamente e em grandes quantidades, bebem demasiadamente todos os finais de semana, perde o controle sobre a quantidade de bebida ou sobre seu comportamento, sente necessidade irresistível em perder a sobriedade, ou seja, manter-se alcoolizada.
Quanto à prevenção do alcoolismo não há nenhum modo absoluto de se prevenir. Entretanto, o forte apoio da família, as relações sólidas com pessoas que não bebem e os amigos em geral, podem ajudar. Na realidade para qualquer tipo de vício, o que importa é nunca começar, principalmente, para os indivíduos que têm histórico de familiares portadores desta doença.
Há, atualmente, várias formas de se tratar o alcoolismo. Nos casos mais leves utilizam-se as consultas periódicas com uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, psiquiatra, assistente social entre outros. É de extrema importância o apoio da família onde a mesma, também recebe orientação para auxiliar o doente a largar o vício. Estudos mostram que este é um método eficaz em reduzir o uso do álcool dependendo da freqüência das consultas. Casos mais graves no acompanhamento do psiquiatra haverá a necessidade do uso de medicamentos, aliado ao apoio psicoterápico.
Percebe-se que o alcoolismo é um transtorno psiquiátrico com severas repercussões individuais e socioeconômicas de âmbito mundial. Os transtornos relacionados ao uso de álcool, ainda, constituem um drama para a saúde pública, pois não se tem o controle do uso inicial e não há um tratamento que garanta a cura e sim o controle de alguns casos.
O alcoolismo é uma doença e deve ser tratado. Além do tratamento médico e psicológico os dependentes de álcool devem receber apoio dos familiares, amigos, e da sociedade, para sua recuperação, que uma vez abandonando-se o preconceito e a ignorância sobre o assunto, poderão ajudar os dependentes a resgatarem a saúde e a dignidade.
by Gutemberg Correia da Silva
CRM: 52.2978-19
Doenças provocadas exclusivamente pelo alcoolismo, além da invalidez e morte precoce em decorrência do abuso de bebidas, geram um gasto público estimado em R$ 8.562.680.331,00, ao ano, conforme a pesquisa de doutorado da professora da Universidade de Brasília (UnB), Andréa Gallassi. Os homens representam 79,67% da população afetada e a faixa-etária mais acometida por problemas é dos 40 a 49 anos.
Para chegar ao montante, a professora usou dados de 2007 do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) relacionados ao total de internações, de atendimentos ambulatoriais e de registros de mortalidade hospitalar das doenças diagnosticadas como causas diretas do abuso do álcool no Brasil, como a cardiomiopatia alcoólica, gastrite alcoólica, doença alcoólica do fígado, pancreatite crônica induzida por álcool e síndrome alcoólica fetal. Clique aqui para saber mais.