Venho buscando em minha vida, uma maneira cada vez mais pacífica de viver, confesso que é um exercício diário, e que não é a coisa mais fácil deste mundo.
Quando olho para dentro de mim, e percebo que lá dentro coabitam, mesmo que eu não queira, diversas pessoas, percebo o quão árdua é a tarefa que me proponho : respeitar o outro!
Diferente não é melhor, não é pior, não é igual! Diferente de mim, diferente do que estou acostumada, e ai é que a coisa pega! Aceitar o diferente.Todos nós seres intelectualizados, inteligentes, perspicazes, acreditamos piamente que respeitamos os que são diferentes de nós, afinal é isto que se prega, é o que se diz ser politicamente correto!
Ai de nós, pobres seres humanos, tão iguais em composição, tão iguais em essência, e tão diferentes nos conteúdos, colecionamos em nossa bagagem, valores culturais, padrões antigos, heranças genéticas, conteúdos arraigados em nossa memória, tudo ali dentro da nossa bagagem!
Ao ver alguém impecavelmente trajado, na moda, perfumado, meu sensor interno já procura identificar a tal figura como alguém de bem, alguém confiável, se ao contrário meus olhos se deparam com alguém com roupas inadequadas para aquilo que moda atual determina, cabelos sem chapinha, chinelão, alguém assim totalmente à vontade, meu sensor de qualidade acende o alerta, e detecta “este não é do meu time...então, não preciso agradar, estou ocupada demais para “dar” minha preciosa atenção"!
Se for alguém maltrapilho, despenteado, com aparência não muito asseada, aí nem se fala, todos os meus sensores ficam alertas, acendo logo o sinal vermelho, e mantenho uma distância que ao menos me faça sentir mais segura, “este realmente, não faz parte do meu time...vou dispensar logo, antes que me arrependa...”
Isto me fez lembrar quando na infância da minha filha, na tentativa de prevení-la para não se aproximar de estranhos, dizia: nunca fale com quem você não conhece, não aceite presentes, balas, doces, sorvetes, porque o cara pode ser um “tarado”, afinal eu uma mãe instruída, e moderna, não queria cair no mesmo chavão comum, “cuidado, não fique na rua que o homem do saco pega criancinhas....” Um dia minha filha me perguntou: “Mãe, como é a cara de um tarado?”, fiquei pensando que seria mais fácil ter dito para ela ter cuidado com o homem do saco....
Os tarados não têm cara de tarados, os ladrões e os bandidos nem sempre aparentam cara de malvados, e estamos sempre julgando o outro por sua aparência, por sua capacidade intelectual, por sua classe social, ou trocando em miúdos, por que o outro ousa ser diferente!
Como disse no início, estou buscando compreender e respeitar as diferenças, e percebo que o discurso é fácil! Já a prática...quanta diferença!
Somos todos iguais perante a Natureza Divina. Quero um dia realmente vivenciar esta máxima!
Eita, que esse é um trabalhão difícil mesmo! Se a missão se resumisse a gostar de quem é igualzinho à gente, a coisa seria muito fácil.
ResponderExcluirEu também estou me empenhando nessa árdua lição de respeitar diferenças... Um dia a gente chega lá!
Adorei o texto! ;)
E até hoje não sei como é a cara do tarado!
Hahahahahahaha...
Beijos