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segunda-feira, 26 de julho de 2010

BIPOLARIDADE


    Hoje em dia é fato comum ouvir que alguém que conhecemos sofre de Transtorno Bipolar.
    Mas conviver com esta realidade não é tarefa fácil.
    Quando fiz a faculdade de Psicologia, este termo não era conhecido, o que estudamos na época chamava-se de Psicose Maníaco-Depressiva, percebia-se que o transtorno acontecia em períodos cíclicos e era recorrente.
    Hoje mudou a nomenclatura, e parece que também se tornou muito mais comum do que no passado.
    Há que se ter cuidado com precipitações tudo nesta vida obedece a bipolaridade, o humor, os sentimentos também sofrem oscilações e isto é perfeitamente normal.
    Para se ter um diagnóstico mais preciso é necessário uma observação apurada, procurar ter como parâmetro de comparação a vida social de cada pessoa em questão é uma atitude de bom senso.
    Quando uma queixa torna-se grave a ponto de trazer algum tipo de prejuízo na convivência dentro da sociedade, merece e deve ser melhor tratada, e também mais esclarecida principalmente aos familiares.
    No caso do Transtorno Bipolar - As oscilações de humor acontecem entre a euforia e a depressão, as mudanças são cíclicas (períodos recorrentes), podem parecer como alegrias e tristezas, ou até mudanças muito mais acentuadas no comportamento, com atitudes agressivas (verbal ou física), manias, mau-humor, desespero, depressão (apatia, desejo de morrer), e alguns períodos de estabilidade emocional.
    É importante uma avaliação psiquiátrica, com observação da história pregressa do paciente e também da familia.
    É necessário um período de atendimento para acompanhamento do comportamento. Salvo os casos de surto bipolar, quando o paciente esta em crise.
    O ideal é que este diagnóstico seja feito antes do primeiro surto, ao constatar as queixas de depressão atípica, muito sono, ganho de peso, falta de energia, apatia, idéias delirantes de grandeza, megalomania, compulsão ao gastar,comportamento impulsivo e por vezes agressivo, sexualidade aumentada, fala sem parar, fuga de idéias (mudança de assuntos), taquipsiquismo (pensamentos excessivos e muito rápidos), agitação motora, fala exagerada e excesso de gesticulação, discurso de irritabilidade constante e histórico familiar.
    Estes sintomas devem ter sido observados e constatados por no minímo duas semanas para confirmação da bipolaridade.
    Ainda não se tem informação precisa sobre a origem destes transtornos, o que se sabe é que fatores genéticos, e o ambiente de convívio contribuem para o acontecimento.
    A Organização Mundial de Saúde informa que em torno de 10% da população sofre com o Transtorno Bipolar.
    Existem várias formas de tratamento, mas é sempre necessária uma avaliação com profissional, e posterior acompanhamento terapêutico.
    Não deixe que este transtorno cause maiores sofrimentos, se você conhece alguém com estes síntomas, lembre que isto não é voluntário, procure prestar atenção e ofereça auxílio, o carinho a atenção sempre podem ser um bom caminho para a solução dos problemas.
    Não gosto de diagnósticos determinantes e fatalistas, creio na evolução e na capacidade infinita do ser humano, de buscar e encontrar soluções para seus problemas. Acredito na cura, e sei que todos somos capazes de encontrá-la, precisamos em primeiro lugar acreditar em nós mesmos, e buscar profissionais que sejam capazes de ter esta capacidade de devolver a auto-confiança e a crença em si mesmo.

    Grande abraço
    Maria

5 comentários:

  1. como consigo ajuda para diagnosticar se meu filho é bipolar, pois seu psiquiatra nao nos passaconfiança , esta com ele desde 2008 e nao diz como devemos agir. Preciso de lugares que deem apoio a familia e faça esse tipo de avaliaçao para sabermos se é mesmo bipolar.

    Obrigada.Margarete

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  2. Olá Margarete,

    Encaminhe email para m.pohlod@hotmail.com, assim poderemos nos comunicar, e quem sabe possa te dar uma informação mais precisa.

    abraço

    Maria

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  3. Olá Caludio, tua busca é pertinente. E muitas pessoas vivem eternamente nesta busca, se encontrar também não é assim tão difícil, às vezes estamos buscando além e o encontro é aqui bem mais perto. Deus sempre está olhando por nós! É bem importante este reconhecimento em nossa vida!
    Seja Feliz!

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  4. Oi Maria, somente hoje tive a oportunidade de conhecer o seu blog e sem qualquer desconsideração, muitas das informações sobre a bipolaridade, já havia lido em outros locais, porém, sempre se aprende algo mais, inclusive naquilo que você escreveu, especialmente a parte em que você menciona:
    Não gosto de diagnósticos determinantes e fatalistas, creio na evolução e na capacidade infinita do ser humano, de buscar e encontrar soluções para seus problemas. Acredito na cura, e sei que todos somos capazes de encontrá-la, precisamos em primeiro lugar acreditar em nós mesmos, e buscar profissionais que sejam capazes de ter esta capacidade de devolver a auto-confiança e a crença em si mesmo.
    Concordo com este parágrafo e digo mais:
    1) Estou participando do fórum ALMA BIPOLAR, já algum tempo, mesmo porque minha esposa tem transtorno mental e psicológico, iguais ao que você descreve, entretanto, uma terapeuta me disse que o dela não é bipolaridade, mas é difícil conviver com alguém assim. Percebo que tanto ela, como muitos do fórum, parecem cultivar uma auto piedade excessiva e num certo sentido, seja a forma que eles encontram para manipular os familiares e a própria doença, assim sendo, dentro do pensamento do seu parágrafo, tenho tentado ajudar reproduzindo alguns artigos que leio e narrando minhas próprias experiência na vida comum com minha esposa. Hoje recebi uma resposta de um participante que muito me decepcionou, pois ele, sem me conhecer de fato, fez um julgamento errado de minha pessoa, declarando coisas que não correspondem á minha realidade.
    Na verdade deu pra perceber um desejo de defender-se sem qualquer necessidade, coisa que ocorre com minha esposa e digo mais, tal comportamento só visa contemplar a defesa das aparências.
    De que adianta manter as aparências diante da realidade da doença? Não vai melhorar em nada, pois, ela reflete exatamente, a falta de fé desta pessoa e quem sabe de outros, que vão continuar buscando desculpas convenientes, como forma de chamar a atenção á sua doença. Interessante notar, que muitos deles concordam que a doença é incurável, que pode ser controlada com medicamentos e terapias, mas mesmo assim, exageram em se tornar "vítimas" quando deveriam ter outra postura, que embora difícil, não é impossível. Alguns teimam em não perceber e aceitar que não são só os bipolares e que os ditos "normais" tem inseguranças, sentimentos de culpa, entre outras coisas, querem se tornar especiais, achando que não merecem esta vida, culpam os outros e as circunstâncias, muito conveniente, afinal, não concordam que todo ser humano é responsável por seus pensamentos e convicções, então, para que eleger as negativas? Eles reclamam de serem "rotulados", mais são eles próprios que se rotulam, mesmo porque, as circunstâncias da bipolaridade é uma realidade, então, achar que os outros não os entendem, em nada vai mudar tal realidade, pois, querendo ou não, faz parte de suas vidas e eles tem compromissos com ela e se realmente se importassem com isso, existem meios para exercerem o próprio controle. Parece que o bipolar não compreende que o ser humano é portador de orgulho e vaidade que não leva á nada, ou melhor, leva sim, á uma vida de sofrimentos desnecessários. Realmente a própria psicologia explica que somos nós que construímos nossa própria auto imagem e que a baixa estima das pessoas bipolares ou não, depende de mudar conceitos sobre si mesmas, entre os quais, que todos podemos errar e aprender com nossos erros.Até que ponto isto faz parte da doença?
    Pela opinião de uma terapeuta experiente, alem da doença, existe sim a falha ou vícios de comportamentos. Aliás, este cidadão declara que prefere conhecer opiniões de especialistas, mas no conteúdo de seu comentário, nem neles parece acreditar, imagine então de um leigo participante.
    Bem, na verdade pouco importa o que este sujeito pensa á meu respeito, mesmo porque, estou fazendo a minha parte, nada mais que isso.
    Obrigado por sua atenção e até a próxima.
    Marcos.

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  5. Aqui de minha parte, que tb sou bipolar. Achei o seu poema bem descritivo. É bem isso que ocorre. Mas tenho a dizer que é possível, com terapia, medicamentos e ajudas diversas (animal de estimação, exercício físico, alimentação equilibrada, amigos, novos prazeres) você viver sem sentir-se "possesso" por um lado ou outro. É possível nesse turbilhão você ir se redescobrindo. E é redescobrir mesmo! Tenho esse troço desde que tenho 13 anos. Então até hoje com 30 anos não faço a menor ideia quem eu seja. Mas já não vivo em conflito e realmente uma hora gosto de samba, outra hora quero chorar. Tenho ciclagem rápida. Mas, mesmo assim, sinto que não sou mais um joquete desta doença, sou um contínuo, que como o mar tenho meus altos e baixos. As vezes uma tempestade, mas já sei o que fazer até ela passar. As vezes vou deprimindo, aí sei lá como consigo me resgatar. É um aprendizado saber conviver com a doença. E acima de tudo se respeitar e pensar sempre que há esperança.

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